O Grupo de Acolhimento e Pósvenção ao Suicídio (GAPS) está com inscrições abertas para os encontros do grupo no Centro de Práticas da Supervisão de Psicologia Aplicada (SPA) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O processo de inscrição é realizado por meio de formulário eletrônico e os encontros começam a partir de 27 de junho, das 17h30 às 19h em formato semanal para escuta, acolhimento e pertencimento de pessoas em luto pelo suicídio de alguém.
O professor Maelison Neves, do Departamento de Saúde Coletiva e supervisor da ação do GAPS, explica que a posvenção envolve o trabalho de cuidado e acolhimento de pessoas impactadas pela perda de alguém de sua rede afetiva, de trabalho ou estudo motivada por suicídio. O docente relata que os principais cuidados envolvem a criação de espaços de escuta e compartilhamento de experiências sem julgamentos, sem receitas prontas, permitindo que as pessoas elaborem suas considerações de maneira segura.
“O Ministério da Saúde estima que para cada perda de vida, aproximandamente 135 pessoas são afetadas e requerem cuidado pelo fato de isso também ser um fator de risco para suicídio. A política de posvenção ao suicídio é bastante frágil e o projeto tenta produzir cuidado para esse público, contribuindo também para avançar na produção de instrumentos acolhedores e sensíveis” explica o professor Maelison Neves.
O GAPS começou com estudos sobre a temática do suicício e pósvenção, compreendendo aspectos teóricos e as experiências realizadas com o objetivo de acolhimento de pessoas enlutadas. “Iniciaremos nosso primeiro grupo dia 27 de junho, com encontros semanais às sextas-feiras, das 17h30 às 19h, no Serviço de Práticas Psicológicas . A expectativa é que consigamos acolher pessoas em luto pelo suicídio de alguém amado ou que foram impactadas de alguma forma pelo suicídio de alguém”, enfatiza Maelison sobre o desenvolvimento dos trabalhos do grupo nos encontros.
Iniciativa acontece em parceria com Departamento de Psicologia
O projeto de extensão é uma ação vinculada ao projeto da professora Gislayne Figueiredo, do Departamento de Psicologia, com estudantes de graduação do curso de Psicologia, que conduzirão os encontros sob supervisão do professor Maelison Neves, do departamento de Saúde Coletiva, cujas pesquisas envolvem a deterinação social do suicídio. A organização enfatiza que não se trata de um grupo de terapia, embora os encontros possam ser terapêuticos.
“Se as ferramentas psicológicas de trabalho em grupo são fundamentais para a ação, a perspectiva epidemiológica dos fatores de risco e compreensão da determinação social do suicídio são contribuições da Saúde Coletiva. Para o futuro, pretendemos realizar parcerias com unidades de saúde para realização dos grupos nos próprios territórios, capacitando equipes multiprofissionais para atendimento dessa demanda que, apesar de existir, nem sempre é visibilizada”, explica o professor Maelison Neves.