A Faculdade de Nutrição (Fanut) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) desenvolveu um projeto de extensão com o objetivo de produzir um material que tivesse as recomendações nutricionais para estudantes da UFMT com excesso de peso, na tentativa de evitar uma contaminação pelo coronavírus.
A ideia surgiu a partir de edital da Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Prae) no chamamento de projetos etudantis de intervenção no contexto da covid-19, que deveriam ser realizados por estudantes e dirigido aos discentes e foi concluído em dezembro do ano passado, após quatro meses de execução.
”Primeiramente foi necessário a realização de um levantamento bibliográfico sobre as principais evidências que levam os indivíduos universitários a se caracterizarem com excesso de peso e obesidade, bem como as medidas de prevenção mediante ao risco do desenvolvimento da manifestação grave por contágio da Covid-19 em obesos”, explica a professora Bruna Telles, docente da Fanut e coordenadora do projeto.
O material conta com a explicação do que é a doença, como e onde surgiu o vírus, as formas de transmissão, como a doença se manifesta, quais são os grupos de risco. Posteriormente, são discutidos os aspectos que objetivaram a preparação do material, que são os impactos do coronavírus nos indivíduos obesos, o que ocorre quando o indivíduo obeso é infectado, e como a dieta pode influenciar a covid-19. Ao final, é apresentado o poder da alimentação sobre o coronavírus exemplificando com alimentos que devem ser ingeridos, e citando os que devem ser evitados.
“Mudanças simples no hábito alimentar podem contribuir com a defesa do corpo mantendo-o mais forte e preparado na batalha contra a COVID19”, finaliza a coordenadora.
Dentre as narrativas explicativas conhecidas pela ciência que relacionam a obesidade à Covid-19 é que nos obesos a quantidade da enzima conversora da angiotensina 2 (ECA- 2 ou ACE- 2) é elevada, sendo a mesma enzima utilizada pelo novo coronavírus para adentrar na célula. Desse modo, o tecido adiposo de pessoas obesas, podem servir como um depósito do vírus.
Uma outra explicação seria que por alterações do sistema imune, acarretaria em uma maior probabilidade de ocorrer tempestade de citocinas, em pacientes com Covid-19, como já demonstrado na gripe em obesos.
Ainda, se considera o fato de uma maior resistência das vias respiratórias dos pacientes obesos, com consequência de maior dificuldade no mecanismo de ventilação(expansão) dos pulmões.